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Padeiros, velhinhos, comerciantes, malta nova, homens comuns e artistas. Todos são o rosto do povo do Bairro Alto. Nas lembranças desta humanidade vária e heterogénea está conservada a história de um dos locais mais característicos e peculiares de Lisboa. E hoje que tudo está a mudar, hoje que o Bairro tornou-se na Disneyland do divertimento "à portuguesa", onde cada noite desembarcam as frotas de turistas, os jovens das periferias, e os dealers encontram os seus clientes, hoje que no Bairro se constroem grandes complexos imobiliários, hoje todos estes testemunhos têm ainda mais valor. Seguindo as vozes do Bairro Alto pelas ruas vazias do dia e pela excitação das noites, passando pelas casas e pelos bares, acompanhando as linhas dos graffiti nos muros, através de passado, presente e futuro, não só vamos inscrever a vida de um bairro, mas também vamos traçar o compósito rosto do seu povo. - Rui Simões
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Os fados de Anita
Cantigas da rua são com Anita Guerreiro, que se sentou connosco na esplanada do Adega do Ribatejo (Rua do Diário de Notícias). Não é aqui que a ouvimos cantar todas as noites, isso é no vizinho O Faia (Rua da Barroca), mas a conversa também se fez de fados. Do “triste” fado dos artistas, para quem “a vida está pior que no tempo de Salazar”. E do controverso destino do Bairro Alto, no qual em tempos se podia colocar à porta de casa “o saco com o dinheiro para o padeiro deixar o pão”...
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