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Padeiros, velhinhos, comerciantes, malta nova, homens comuns e artistas. Todos são o rosto do povo do Bairro Alto. Nas lembranças desta humanidade vária e heterogénea está conservada a história de um dos locais mais característicos e peculiares de Lisboa. E hoje que tudo está a mudar, hoje que o Bairro tornou-se na Disneyland do divertimento "à portuguesa", onde cada noite desembarcam as frotas de turistas, os jovens das periferias, e os dealers encontram os seus clientes, hoje que no Bairro se constroem grandes complexos imobiliários, hoje todos estes testemunhos têm ainda mais valor. Seguindo as vozes do Bairro Alto pelas ruas vazias do dia e pela excitação das noites, passando pelas casas e pelos bares, acompanhando as linhas dos graffiti nos muros, através de passado, presente e futuro, não só vamos inscrever a vida de um bairro, mas também vamos traçar o compósito rosto do seu povo. - Rui Simões
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Nervos à flor da pele
“Ié, ié, ié, o Bairro Alto é que é!”. Entre caracóis postiços e borrifos de purpurina, andámos pelos bastidores alaranjados da Marcha do Bairro Alto, no último desfile das marchas populares no Pavilhão Atlântico. Era domingo e, antes que o feriado amanhecesse, ultimaram-se figurinos, vestiram-se coletes e saiotes, recordaram-se passos da coreografia, soltaram-se brejeirices e até uma e outra lágrima. “Sou o Bairro Alto/ E olho sempre de alto/ Prás tristezas que Lisboa tem/ Porque ela cantando/ Me foi preparando/ Para o tempo novo que aí vem”… A claque do bairro estava entusiasmada, mas será que o júri gostou?
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