Padeiros, velhinhos, comerciantes, malta nova, homens comuns e artistas. Todos são o rosto do povo do Bairro Alto. Nas lembranças desta humanidade vária e heterogénea está conservada a história de um dos locais mais característicos e peculiares de Lisboa. E hoje que tudo está a mudar, hoje que o Bairro tornou-se na Disneyland do divertimento "à portuguesa", onde cada noite desembarcam as frotas de turistas, os jovens das periferias, e os dealers encontram os seus clientes, hoje que no Bairro se constroem grandes complexos imobiliários, hoje todos estes testemunhos têm ainda mais valor. Seguindo as vozes do Bairro Alto pelas ruas vazias do dia e pela excitação das noites, passando pelas casas e pelos bares, acompanhando as linhas dos graffiti nos muros, através de passado, presente e futuro, não só vamos inscrever a vida de um bairro, mas também vamos traçar o compósito rosto do seu povo. - Rui Simões

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Angola 59

Entrámos na Galeria 59, na Rua do Diário de Notícias, como quem entra num musseque. Entre as peças recicladas (esculturas que são móveis que podiam ser apartamentos) que o artista João Mouro constrói com o que o lixo lhe dá, perdemo-nos no 'choque de umbigos' sugerido pelos ritmos do semba. Em boa hora, Mouro fazia-se acompanhar pelo músico angolano Chalo Correia, com quem toca nas horas vagas.





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